domingo, 16 de maio de 2010

pisca-pisca.

– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre. – E depois que morre?, perguntou o Visconde. – Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Monteiro Lobato.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Desconfio...



Sei como que as coisas são
Mas nunca que vou compreender
Ignorância e julgamentos sem por quê
Idéias que foram deixadas para trás
Seguir em frente o que passou não volta mais

Facilmente não existe por aqui
Simplesmente não é assim como se diz
Posso até estar errado mas nem penso em desistir

Desconfio que foi sempre assim
Chega de mentir e de iludir
Encarar de frente
E o que temos a fazer
Desconfio que é bem melhor assim!


Ouvi dizer, muitos não estão mais nem aí
Para as palavras de um homem que está bem perto daqui
Melhor correr enquanto há tempo para nós
Antes que tudo vá pros ares sem ouvirem a nossa voz

Facilmente não existe por aqui
Simplesmente não é assim como se diz
Mesmo assim não vou me arrepender daquilo que não fiz!

Desconfio @ CPM 22